Benjamim ( Benjamim).
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Esta é a ambiciosa adaptação do romance homônimo, o terceiro escrito pelo famoso compositor e cantor sessentão Chico Buarque. De estrutura sofisticada, o roteiro co-escrito pela também diretora Monique Gardenberg (Jenipapo), com a ajuda de Glênio Povoas e do cineasta Jorge Furtado (O Home que Copiava), é ao mesmo tempo fiel e independente do labirinto temporal proposto pelo livro, que, em vez de confudir, esclarece progressivamente o espectador. Entre o real e o imaginário, o filme conta a história de uma perigosa paixão em dois tempos, separados por um lapso de trinta anos. Ao conhecer a jovem Ariela Masé (a estreante Cleo Pires, filha de Gloria Pires e Fábio Jr.), de espantosa semelhança com o grande amor de seu passado, o veterano e esquecido modelo publicitário Benjamim Zambraia (o sempre ótimo Paulo José, de Policarpo Quaresma) revive as delícias e os horrores da paixão. A "reencarnação" de sua amada Castana Beatriz (também Cleo) tem algo a mais a olhe oferecer: um acerto de contas com sua própria consciência. Benjamim, quando jovem é interpretado por Danton Mello (O Preço da Paz). A intricada trama mexe com temas fortes, como a repressão militar no final dos anos 1960 e a inescapável cobrança do destino. É preciso prestar muita atenção na narrativa, que não obedece a qualquer linearidade dramática e é um dos principais pontos de atração desta adaptação. Há um forte elemento musical na obra, com as presenças em cena dos cantores populares Wando e Zeca Pagodinho e, como extra do DVD, o belo clip que conta com as participações do próprio Chico e de Arnaldo Antunes, autor da trilha sonoro em parceria com Chico Neves.

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